Caos em Verstand
Aviso: Esse texto contém conteúdo referente a suicídio, e pode gerar desconforto.
O pobre ferreiro trabalhava, de forma incessante, em uma arma que ainda tomava forma. Suas lágrimas escorriam pelo rosto até pingar no metal em brasa, evaporando na mesma hora.
A sua cidade natal, a cidade que ele tanto ama, estava sendo invadida nesse exato momento e ele nada podia fazer para impedir. Não tinha treino, era fraco. Lembrou de tudo que viveu lá, as coisas boas e ruins. As lágrimas escorriam de seus olhos como cachoeiras, respirava ofegante, mergulhado em pensamentos. Ele foi pouco a pouco preenchido pela melancolia. E em um ato desesperado, pegou o metal em brasa e o golpeou contra seu próprio peito.
Sentiu dor. Sentiu o metal ardente derreter todos os seus órgãos até sair pelo outro lado. Sentiu calor, o sangue escorreu por toda parte. E finalmente, ficou frio. O corpo começou a cair e de repente estava estirado no chão.
Sentindo seu corpo leve... espera, sentindo? Ele abre os olhos e se vê num grande vazio. Exceto por uma moça, que anda até ele com passos vagarosos. Ele desata a chorar. Quando a mulher o alcança, acaricia seu rosto, sentindo cada centímetro com as pontas dos dedos. Então ela o abraça e sussurra para ele:
- Volte e acabe com está guerra.
Ela arranca a espada inacabada de seu peito, que se transforma, tomando a aparência de uma arma ungida e forjada com sangue, suor e lágrimas.
- Eu acredito em você. - Diz a mulher com voz doce, o entregando a nova arma. Sem poder responder ele acorda de volta em sua oficina, ainda com lágrimas nos olhos. Seus ferimentos estão curados e em suas mãos reside a espada que ela o entregou. Não pensa duas vezes, e se dirige para a saída. O dever o chama.
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