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Primórdios

No início, só haviam trevas. Elas se consumiam e se recriavam, se agrupavam e se separavam. Uma obra caótica, instável. A mais bela obra que um pintor poderia almejar. De repente, no meio de todo aquele caos, surge um ovo à deriva nas trevas. Elas o envolvem e formam um ninho para ele. Querem protegê-lo de tudo, mesmo que não houvesse nada para machucá-lo. Subitamente, o ovo choca. Um clarão surge, rompendo as trevas e forçando-as a tomar forma. As trevas viram sair do ovo, a luz, uma pequena bola de energia, que iluminava todo o universo.

Luz e Trevas uniram-se em um só corpo.

A luz espalhou pequenos fragmentos de si por todo o universo. Elas chamaram aquilo de estrelas. E esses fragmentos começaram seus ciclos, criando elementos, planetas e tudo mais no universo. Enquanto isso, Luz e Trevas brincavam no cosmos, criando constelações, galáxias e sistemas solares. Por fim, decidiram descansar. Criaram os buracos negros como refúgio para as trevas originais, que já não tinham espaço em um universo cheio de estrelas.

Nos buracos negros, Luz e Trevas descansam.


Primórdios - Cordel

No início tudo era

caótico e bem sombrio

trevas para todo lado

luz não tinha nem um fio

nesse local desolado

escuro e apertado

um estranho ovo surgiu


As trevas com consciência

começam a o proteger

o envolvem feito ninho

juram té por ele morrer

mesmo que nada houvesse

nem uma gota que pudesse

ser capaz de o mover


De repente um clarão

tão forte e repentino

inunda a escuridão

muda de vez o destino

o pequeno ovo choca

remexe tudo que toca:

Nasce a luz do infinito


Luz e Trevas se uniram

pra juntas tudo moldar

criam constelações lindas

brincando de inventar

são como duas crianças

sem limites nessa dança

pro cosmos consolidar


Cansadas depois da farra

criaram sua moradia

dentro dos buracos negros

descansam em sua estadia

e foi com esse lirismo

aleatório e sinistro

que tudo fez-se um dia


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